A tradição queijeira da família se iniciou no século passado com a vinda do nosso tataravô de Carrancas – Minas Gerais para visitar uns parentes que viviam por essas bandas e aqui conheceu Dona Messias, filha de uma família abastada da região de Serrinha, município de São Roque de Minas. Entre as prosas e os cafés nos fins de tarde, os dois acabaram se apaixonando, casaram e iniciaram uma nova trajetória de vida nos moldes da Canastra com a produção do queijo, produzindo inicialmente para o consumo. Logo depois o queijo foi levado pelos tropeiros e viajantes que circulavam pela rota do ouro, vindo do sul das Minas Gerais com destino ao Rio de Janeiro. Naqueles tempos já se falava que o Queijo da Canastra tinha um sabor particular, o que fez com que fossem estabelecidas rotas exclusivamente para o comércio do produto pelos tropeiros.

Por aqui esses viajantes passavam, pernoitavam, consumiam o queijo nas fazendas e compravam para abastecer a Alta Mogiana Paulista, região de Ribeirão Preto, Casa Branca e de lá, trazia-se o sal para a produção de mais queijo, que era transportado em carros de boi e em tropas de burro nas buracas (ou bruacas).
Por volta de 1890, a família sírio-libanesa Habib foi pioneira e montou um entreposto para comprar e vender queijo na Canastra, consolidando o comércio do queijo. Certamente, desde os anos 1800 tanto na face sul da Serra da Canastra, quanto na face norte se produz o Queijo da Canastra, um queijo único em função do nosso terroir: clima, altitude, pastos nativos, águas e minerais do solo da Serra da Canastra. De lá para cá, pouca coisa mudou e o modo artesanal de se fazer o queijo, que é tombado pelo IPHAN desde 2008, continua o mesmo.


E assim, a história da nossa família acaba se confundindo com a do queijo, afinal são cinco gerações produzindo essa iguaria aqui na Serra da Canastra e desde 1998 nessas terras, quando as compramos para inicialmente produzir café e, posteriormente o queijo, preservando essa cultura e tradição de nossas famílias.
A localização próxima à cidade rendeu um apelido carinhoso por nós que acabou inspirando o nome da fazenda, Roça da Cidade, que tem 28 hectares de pastagem e está no município de São Roque de Minas – Minas Gerais, ao sopé da Serra da Canastra, o que proporciona condições excepcionais para produção e maturação do queijo, com características e sabores singulares.


Hoje, o filho mais velho, Hugo, que é arquiteto por formação, se encarrega juntamente com sua equipe de dar continuidade a esta paixão, agregando mais valor ao produto através de sistemas e processos com resultados técnicos, culturais e sociais destacados, que melhorem a qualidade, o bem-estar e a eficiência, sem perder a essência e tradição, mantendo viva uma das maiores e mais ricas provas históricas da expressão cultural do Brasil e das Minas Gerais.




Além da responsabilidade de carregar uma tradição de família, eu acho que a minha própria essência, a minha própria genética, o meu corpo foram constituídos com queijo da Serra da Canastra.
Então para mim é meu sonho, minha luta em prol do queijo, minha vida, minha alma, meu espírito, meu ser.
João Carlos Leite



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