Tradição e história
A Serra da Canastra é uma região única, de paisagens exuberantes, riquíssima diversidade e abundância de águas cristalinas. Pelo formato retangular, o complexo de montanhas foi batizado de Canastra, em referência ao baú de couro cru e madeira de mesmo nome, utilizado pelos tropeiros para o transporte de produtos e pertences em suas viagens.
Para proteger as nascentes do Rio São Francisco, um dos mais importantes do país e fauna e flora típicas do cerrado mineiro, foi constituído em 1972 o Parque Nacional da Serra da Canastra, com 90 mil hectares. E foram nessas terras, inicialmente habitadas por índios Cataguases, onde bandeirantes, negros e brancos também fizeram morada, que se iniciou a produção de um dos queijos mais conhecidos do Brasil, uma cultura passada de geração em geração expressada por sua personalidade e explosão de sabores.

Hoje, já com Indicação Geográfica, é denominado Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra o queijo produzido na chamada Região do Queijo da Canastra, composta por oito municípios (Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita) e que tem seu modo de produção reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2008. São mais de 750 produtores que mantêm a tradição secular dessa produção e que compartilham o terroir e a paixão por esse modo de vida que tem muito de antigamente.
A produção e a maturação de queijos é uma expressão dos costumes, conhecimento, cultura e riqueza do povo da Região da Canastra, reconhecida como produtora do melhor Queijo Artesanal do Brasil, na qual São Roque de Minas é a cidade que abriga o maior número de produtores desse queijo e destino certo para os amantes da iguaria e curiosos do processo de produção e peculiaridades. Além de se produzir um queijo diferenciado, de sabor característico, esta região ainda possui belezas naturais já relatadas por antigos naturalistas que por aqui andaram nos séculos passados.


Produzido há mais de duzentos anos, o Queijo da Canastra é primo distante do queijo de São Jorge, Açores, Portugal, trazido pelos imigrantes da época do Ciclo do Ouro. Esses portugueses trouxeram seus hábitos e culturas, dentre eles a produção de queijo de leite cru, como forma de armazenagem do leite por longos períodos de tempo. Essas técnicas de produção portuguesas se adaptaram perfeitamente às características da Serra da Canastra e ao longo do tempo, consolidou-se como o ponto comum e crucial da identidade cultural da população Canastreira.




Dizem os antigos que nosso queijo veio lá de Portugal, um primo distante do Queijo São Jorge, de Açores, trazido pelos imigrantes na época do Ciclo do Ouro.
Também dizem que os tropeiros trouxeram o queijo em suas travessias.


Sustentabilidade e respeito
Nossos queijos são produzidos utilizando leite cru e fresco de alto padrão, ordenhado diariamente de forma ininterrupta por vacas sadias e bem alimentadas provenientes de rebanho próprio. Os animais, predominantemente da raça Girolando, nascem e vivem livres na pastagem, se alimentam de pasto e ração balanceada para cada categoria animal no momento da ordenha.

Em 2018 introduzimos o Sindi na fazenda, uma raça zebuína, originária do Paquistão, muito rústica e dócil, o que fez a paixão por esses animais só aumentar. Sua produção eficiente, o alto teor de sólidos no leite e a alta taxa de conversão veio de encontro aos nossos interesses. O nosso amor pelos zebuínos não parou por aí, e em 2020, iniciamos um plantel de Gir Leiteiro, objetivando trabalhar com um leite de alto valor biológico afim de obter um produto artesanal da mais alta qualidade e sabor irresistível.
Na Roça, é o bezerro quem mama o primeiro leite nos quatro tetos da vaca, sendo ordenhado somente a produção excedente, prezando pelo bem-estar do animal. Soma-se a isso a higiene durante a ordenha dos animais, os cuidados com sombreamento e qualidade de água, o uso intensivo de homeopatia e a alimentação elaborada especificamente para o rebanho considerando a qualidade dos pastos ao longo do ano. O soro obtido da coagulação do leite é utilizado para alimentação dos suínos e o esterco utilizado como adubo.


Contribuímos para a geração de empregos e desenvolvimento social e econômico na nossa região e acreditamos no intercâmbio de conhecimento e de experiências com outros produtores.
Assim sendo, somos membros da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (APROCAN), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e da Guilde Internationale des Fromagers.